Corinthians, apoteótico, vai à final em um dos grandes jogos do ano
Corinthians 1 x 2 Cruzeiro | Melhores momentos | Jogo 2 da semifinal | Copa do Brasil 2025
Um dos grandes jogos do ano no país colocou o Corinthians na final da Copa do Brasil. A vitória de 2 a 1 do Cruzeiro em Itaquera, neste domingo, serviu como prefácio para a decisão por pênaltis e levou a um apoteótico duelo entre Cássio, maior goleiro da história do Timão, mas agora do lado adversário, e Hugo Souza, seu substituto em Itaquera. E deu o sucessor. Quando tudo parecia perdido para o Corinthians, ele defendeu duas cobranças: primeiro de Gabigol, depois de Walace.
A reviravolta nos pênaltis ecoou os vaivéns de um jogo inesquecível. No tempo normal, o Cruzeiro respondeu à desvantagem do duelo de ida, abriu 2 a 0 e deu sinais de que ficaria com a vaga. Mas o Corinthians reagiu e esteve em vias de garantir a classificação (mandou duas bolas na trave). Mais uma vez, a tendência não foi cumprida, como não seria nos pênaltis: bastava Gabigol fazer, mas ele bateu muito mal, e ali a vaga escapou.
A eliminação foi um golpe duro para o Cruzeiro, um time de futebol consistente, que merecia uma final – mas que acabou punido pelo desempenho muito ruim no jogo de ida. E consagrou o espírito competitivo do Corinthians, equipe que comprovou a vocação de crescer em jogos decisivos. Dorival Júnior tem méritos na classificação: melhorou o time com as mudanças feitas no intervalo.
Mais sobre o Corinthians:
+ Atuações: veja as notas dos jogadores do Corinthians
+ Em busca do tetra, Corinthians vai à oitava final de Copa do Brasil
Hugo Souza comemora classificação do Corinthians
Marcos Ribolli
O grande jogo em São Paulo não foi uma surpresa. Havia ressalvas para a vantagem corintiana – o 1 a 0 conquistado no Mineirão. Era improvável que o segundo encontro repetisse o cenário do primeiro, o entrechoque entre um Timão superior ao habitual da temporada e um Cruzeiro excepcionalmente mal. E havia a permanente lembrança de que o time mineiro não sente a distância de casa – por vezes, é até melhor como visitante do que como mandante.
Parte do jogo em Itaquera referendou os poréns. A partida começou equilibrada, mas aos poucos foi pendendo para o lado celeste, que soube explicar em campo por que foi um time melhor ao longo de 2025. Matheus Pereira, bem auxiliado por Matheus Henrique, se movimentou, confundiu a marcação, encontrou espaços, desordenou o sistema defensivo corintiano. Foi o fiador da superioridade cruzeirense na etapa inicial.
Aos 16, quando o Cruzeiro já era melhor, o camisa 10 quase fez um golaço de voleio (Hugo Souza defendeu, e Gustavo Henrique cortou o chute de Sinisterra no rebote). Aos 24, o meia voltou a aparecer, desta vez flutuando entre as linhas de marcação, e acionou Kaio Jorge, que emendou de primeira. Hugo Souza salvou de novo.
Memphis comemora com a Fiel a classificação do Corinthians para final da Copa do Brasil
Quanto mais passava o tempo, mais confortável o Cruzeiro se sentia, e mais dificuldade o Corinthians tinha para finalizar. Nem a saída de Sinisterra abalou a equipe mineira. Pelo contrário: foi seu substituto, Arroyo, quem completou para o gol o cruzamento de Christian, após longa troca de passes.
No intervalo, Dorival Júnior colocou Garro e Raniele nos lugares de Carrillo e José Martínez, em acertada tentativa de encontrar um meio-campo mais capaz de enfrentar o setor adversário. Mas o Cruzeiro não deu tempo para a troca fazer efeito. Aos quatro minutos, em saída rápida, com a naturalidade de movimentos típica dos times bem treinados, chegou ao segundo gol, novamente com Arroyo.
A vaga parecia encaminhada para o Cruzeiro. E aí, no estalo de uma bola parada, tudo mudou. O Corinthians logo descontou com Matheus Bidu, aproveitando falta cobrada por Garro, e passou a dominar o jogo. Acertou a trave duas vezes, uma com Bidu (de excepcional segundo tempo), outra com Breno Bidon. A equipe mineira foi às cordas: não conseguia mais ter a bola, não conseguia mais trocar passes.
Gol de Matheus Bidu, do Corinthians, contra o Cruzeiro
Marcos Ribolli
O Corinthians, porém, não conseguiu manter o ritmo. O Cruzeiro se estabilizou. Dorival, nos minutos finais, tentou uma cartada corajosa, a entrada de Vitinho, um atacante, no lugar do volante Maycon. Quase foi premiado: Garro (outro muito bem no segundo tempo) pegou uma bola de primeira, de frente para o gol, e mandou para fora.
Uma partida tão boa parecia pedir um episódio final, parecia convocar aqueles instantes que a tornariam inesquecível. Foi por um triz que Cássio, ao pegar a cobrança de Yuri Alberto, não saiu como heroi do adversário na casa que o consagrou, diante da torcida que o idolatrou. A apoteose, porém, estava guardada para Hugo Souza, estava reservada para o Corinthians.
Hugo Souza comemora classificação do Corinthians
Marcos Ribolli geRead More


