Democratas pedem a Trump que desista de tarifaço ao Brasil e repudiam tentativas de ‘minar a democracia’ brasileira
O presidente Donald Trump discursa durante a cerimônia de entrega da Medalha de Defesa da Fronteira Mexicana no Salão Oval da Casa Branca em 15 de dezembro de 2025
AP Photo/Alex Brandon
Democratas do Congresso dos Estados Unidos pediram ao presidente Donald Trump nesta sexta-feira (19) que desista do tarifaço imposto ao Brasil e adote ações que aprofundem as relações com o país.
✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
O pedido ocorreu em uma carta assinada por 50 congressistas do Partido Democrata, oposição a Trump, endereçada ao presidente americano. O documento é datado de quinta-feira, mas será publicado nesta sexta.
“Em vez de adotar uma política comercial punitiva equivocada e autodestrutiva com o Brasil, pedimos que vocês trabalhem com o país para promover uma agenda comercial que avance o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental e os direitos dos trabalhadores. Acreditamos que o Brasil é um parceiro importante para os Estados Unidos na América Latina e encorajamos vocês a aprofundar a cooperação com o Brasil”, afirmaram os democratas na carta.
Os democratas acusaram Trump de fazer “uso indevido e ilegal” da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) para aplicar as tarifas ao Brasil. Violar a IEEPA pode acarretar penalidades civis e criminais, que variam de multas até prisão, dependendo da gravidade da infração. Apesar disso, o presidente goza de imunidade da Suprema Corte para ações oficiais à frente da Casa Branca.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Na carta, os políticos também voltaram a criticar os argumentos utilizados pelo governo Trump para aplicar o tarifaço ao Brasil, entre eles a acusação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria sendo perseguido pela Justiça brasileira. Segundo os democratas, com essa ação, Donald Trump “tentou minar a democracia brasileira”.
“Condenamos suas múltiplas e sem precedentes tentativas de minar a democracia no Brasil e seus esforços fracassados para proteger o ex-presidente brasileiro Bolsonaro de ser responsabilizado por tentar um golpe. (…) Suas políticas em relação ao Brasil só prejudicaram a liderança dos EUA na região. (…) As tarifas aceleraram os esforços do Brasil e outros países a se distanciarem dos EUA, e a China rapidamente aproveitou a oportunidade para se colocar como ‘defensor’ do Sul global”, afirmaram.
O tom é similar de outras cartas enviadas pelos democratas a Trump neste ano: em setembro, disseram que o presidente dos EUA utiliza tarifas para “defender colega golpista”, em referência a Bolsonaro; e em julho, acusaram o republicano de “claro abuso de poder” com o tarifaço.
Mesmo com a pressão de Trump, Bolsonaro foi condenado pelo STF, em setembro, a 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado. Ele está preso na sede da PF em Brasília desde o final de novembro. Em dezembro, o Congresso brasileiro aprovou o PL da Dosimetria, que prevê reduzir drasticamente as penas recebidas pelos golpistas condenados.
Democratas pedem em carta enviada a Trump que o presidente dos EUA desista de tarifaço aplicado ao Brasil e repudiam tentativas de minar a democracia brasileira.
Reprodução
Derrubada parcial do tarifaço e Magnitsky revogada
O governo Lula conseguiu, no final de novembro, a derrubada do tarifaço dos Estados Unidos para alguns produtos brasileiros.
“A derrubada da taxa de 40% imposta pelo governo norte-americano a vários produtos agrícolas brasileiros é uma vitória do diálogo, da diplomacia e do bom senso”, afirmou o presidente Lula.
Lula e Trump.
Ricardo Stuckert/PR
A Casa Branca anunciou a retirada da tarifa de 40% para mais de 200 produtos brasileiros, entre eles carne bovina, café, açaí, cacau e diversos outros produtos. Eles foram incluídos em uma “lista de exceções” do tarifaço aplicado ao Brasil em agosto.
A decisão é válida para produtos que entraram nos Estados Unidos a partir de 13 de novembro, mesma data da reunião entre o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que tratou sobre as tarifas.
Outra vitória para Lula foi a retirada das sanções da Lei Magnitsky ao ministro do STF Alexandre de Moraes.g1 > Mundo Read More


