Final aberta: Corinthians erra muito, Vasco não aproveita
Corinthians 0 x 0 Vasco | Melhores momentos | Final | Copa do Brasil 2025
Aos 46 do segundo tempo, faltando três minutos para acabar a primeira partida da final da Copa do Brasil, Matheus Bidu se posicionou para cobrar um arremesso lateral no campo de defesa do Corinthians. Ergueu os braços, equilibrou o corpo e… permitiu que a bola escapasse de suas mãos. O lance não teve efeito algum no jogo, mas serviu como símbolo de uma noite em que o Timão errou muito, o tempo todo – falhas que o Vasco, porém, não soube aproveitar.
O empate por 0 a 0 em Itaquera, nesta quarta-feira, foi uma contenção de danos para o Corinthians. Poderia ter sido pior. No primeiro tempo, o Vasco se sentiu confortável em um patamar raro para uma final como visitante. Encontrou espaços, circulou a bola, buscou Philippe Coutinho, usou bem Nuno Pereira e Andrés Gómez. Mas faltou ameaçar mais. Hugo Souza pouco trabalhou.
O Corinthians, enquanto isso, falhava muito na saída de bola. Os erros minaram o time e causaram um efeito cascata: a bola ou pouco chegava aos jogadores de frente, ou chegava em disputa. Garro, desta vez titular, não conseguiu a clareza de outros jogos; Memphis ainda teve algumas vitórias pessoais, limpou uma ou outra jogada, mas foi tudo; e Yuri Alberto esteve muito apagado.
Jogadores de Corinthians e Vasco da Gama no primeiro jogo da Copa do Brasil
Marcos Ribolli
No segundo tempo, o Vasco arrefeceu a marcação, deu respiro ao Corinthians. Os problemas, mesmo assim, se mantiveram. Eram erros bobos: em saídas livres, em triangulações simples, em devoluções de lateral. Nada de animador saía dos pés corintianos. Na metade do período, Dorival Júnior já tinha feito quatro substituições, e Fernando Diniz nenhuma – em um sinal do nível de contentamento dos treinadores com suas equipes.
O Vasco poderia ter forçado mais. O jogo era convidativo, havia caminhos para uma vitória. Mas é compreensível que tenha protegido o empate – e, mesmo assim, foi quem chegou mais perto do gol, ao acertar a trave com Barros.
No Corinthians, o descontentamento da torcida com o time se estendeu a Dorival Júnior, alvo de vaias quando tirou Memphis (e não Yuri Alberto) para colocar Dieguinho. O holandês saiu de campo contrariado, balançando a cabeça – irritação que seria experimentada pelo próprio treinador, que soltou xingamentos na direção da torcida ao rumar para o vestiário.
Dorival Júnior discute com torcedor na saída do gramado da Neo Química Arena
As trocas de Dorival tiveram efeito tímido. Carrillo, que poderia ser uma esperança, vagou na frente dos zagueiros do Corinthians, tentando qualificar a saída de bola, léguas distante da zona em que poderia ao menos tentar bagunçar o panorama da partida. Dieguinho e Vitinho pouco fizeram na frente, Maycon e André pouco contribuíram no meio.
Foi um jogo fraco, mais por culpa do Corinthians do que do Vasco. E que manteve a final aberta para a volta, domingo, às 18h, em um Maracanã entupido.
Será curioso ver como o time carioca vai se comportar emocionalmente diante da possibilidade de conquistar um título catártico para sua torcida. E também será curioso ver se a equipe paulista, no crepúsculo da temporada, conseguirá resgatar mais uma demonstração daquela força que só encontrou em jogos de mata-mata em 2025. geRead More


