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Ministério Público recebe denúncia anônima de gestão temerária no São Paulo; clube se defende

Ministério Público recebe denúncia anônima de gestão temerária no São Paulo; clube se defende

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O Ministério Público recebeu, nos últimos dias, uma denúncia anônima de gestão temerária no São Paulo. O clube, em nota, diz ter respondido a um pedido de esclarecimentos do MP, que analisa a possibilidade de abrir um inquérito para investigação.
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De acordo com o advogado Guilherme Salutti, responsável pela defesa do São Paulo, a denúncia foi baseada em quatro situações para apontar suposta gestão temerária:
Déficit de R$ 287,64 milhões em 2024;
Proposta de criação de um fundo para as categorias de base;
Venda de jogadores por um preço, segundo o denunciante, baixo;
Relação de Julio Casares Filho, filho do presidente tricolor, com um empresário de jogadores de futebol.
– Estamos defendendo o arquivamento desse procedimento prévio de análise. A investigação não começou. O MP está no pé de “vale a pena começar a investigação ou não?”. Está vendo se a denúncia de fato tem o mínimo de concretude para começar a investigação. Ou se é só um torcedor inflamado. Nossa resposta foi feita ontem à noite – disse Guilherme.
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O advogado explicou, caso a caso, as respostas do São Paulo ao pedido de explicações feito pelo Ministério Público.
– Imagina que você quer denunciar uma questão na política do Brasil e você fala assim: “o governo federal é corrupto”. Quem está praticando gestão temerária? Quem é o autor do fato? Foi isso o que ele fez. Disse que o São Paulo está praticando gestão temerária. Ele não individualiza uma conduta, não dá autoria.
– O São Paulo ter tido déficit em 2024 não tem individualização de conduta e autoria. Não tem nem como a gente se defender, porque não conseguimos avançar na discussão dos elementos, porque ele não individualizou condutas.
O clube, também segundo o advogado, anexou ao pedido comparações de vendas de outros jogadores de outros times para mostrar que o São Paulo não fez negócios abaixo do valor de mercado.
– Pegamos, na nossa defesa, alguns jogadores que foram vendidos em 2024 e 2025 que têm o mesmo padrão, de minutos de campo, com os meninos mais recentes. Matheus Alves, Lucas Ferreira e Henrique Carmo. Vanderlan, vendido pelo Palmeiras por 4,5 de euros; Thalys por 6 milhões de euros; Alemão, vendido pelo Inter; e Isaque vendido pelo Fluminense por 10 mi de euros.
– São atletas que demos uma comparação de mais ou mesmo nível dos nossos vendidos por mais ou menos o mesmo preço. Mas não estamos vendendo carro. Depende da disponibilidade de quem tá vendendo e comprando. O atleta vale o que estão pagando nele – completou.
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Em relação ao fundo de Cotia, o advogado do São Paulo explicou que o processo não foi para a frente. A tendência, inclusive, é que sequer vá a votação no Conselho Deliberativo. O presidente Julio Casares encontrou resistência entre os conselheiros, e a criação do FIP não foi levada adiante.
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Sobre a relação de Julio Casares Filho com o empresário Aref Abdul Latif, o São Paulo alega que a empresa na qual eles foram sócios nunca saiu do papel e que o caso chegou a ser investigado pelo compliance do clube.
– Em 2020, ele (filho do Casares) e mais dois amigos começaram a pensar num produto para ser lançado no mercado. Queriam lançar uma plataforma nos produtos de pet. Um desses amigos é esse Aref, que ia ser um sócio dele. Em 2020 veio a pandemia e eles abandonaram o projeto. Eles chegaram a registrar uma PJ (pessoa jurídica), mas eles nunca abriram conta nem movimentaram dinheiro nem nada. E o que aconteceu? Esse Aref acabou virando empresário.
– Ele tem alguns jogadores no sub-13, sub-12 e sub-11 do São Paulo. São crianças ainda. Essa alegação de conflito de interesse a gente desconstitui mais ou menos nisso. Eles passaram pelo processo de aprovação. E temos um departamento do compliance. Um associado fez essa denúncia aqui, o compliance fez a investigação, entrevistou os treinadores que aprovaram esses atletas. Foi um acaso. O Julinho foi amigo desse cara no passado. Só tivemos um jogador no profissional dessa empresa, que foi o Felipe Alves, mas ele foi um pedido do Ceni – disse o advogado.
Procurado, o Ministério Público não se manifestou até a publicação desta reportagem. Veja, abaixo, a nota oficial do São Paulo sobre o caso:
São Paulo divulga nota sobre denúncia ao MP
Reprodução
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