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Ricos e famosos, Bill Clinton exposto: o que há nos arquivos de Epstein divulgados pelo governo Trump

Ricos e famosos, Bill Clinton exposto: o que há nos arquivos de Epstein divulgados pelo governo Trump

 Arquivos de Epstein têm quadro de Clinton e fotos de celebridades
O governo dos Estados Unidos divulgou na sexta-feira (19) novos arquivos da investigação sobre Jeffrey Epstein. O material reúne fotos do bilionário com diversas celebridades, cita o Brasil e traz centenas de páginas com trechos censurados.
Epstein, que mantinha relações próximas com políticos e pessoas famosas, foi condenado por abusar de menores e por comandar uma rede de exploração sexual.
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A liberação dos documentos ocorre após o Congresso dos Estados Unidos aprovar, em novembro, um projeto de lei que obrigou o governo a tornar públicas as informações da investigação. A proposta foi sancionada pelo presidente Donald Trump, e mais de 300 mil páginas passaram a ser divulgadas.
Entre os arquivos tornados públicos nesta sexta-feira estão fotos de Epstein ao lado de celebridades como Michael Jackson, Mick Jagger e o ex-presidente Bill Clinton. Não há informações sobre quando ou em que contexto as imagens foram feitas.
Encontros com o ex-presidente Bill Clinton
Ex-presidente dos EUA Bill Clinton ao lado de Jeffrey Epstein.
Reuters
Várias fotografias divulgadas mostram que Jeffrey Epstein teve encontros com o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton.
Segundo o The New York Times, em uma das imagens, Clinton aparece em uma banheira de hidromassagem ao lado de uma pessoa com o rosto borrado. Em outra, o ex-presidente está em um avião ao lado de uma mulher, também com o rosto borrado, usando camisola.
Já em outro registro, Clinton aparece abraçado com Epstein durante um jantar sofisticado, de acordo com informações do Wall Street Journal. O contexto desses encontros ainda é incerto.
Ainda segundo o jornal, um porta-voz de Clinton afirmou que o ex-presidente rompeu relações com Epstein muito antes de os crimes virem à tona. “Eles podem divulgar quantas fotos de mais de 20 anos quiserem, mas isso não é sobre Bill Clinton”, disse o porta-voz Angel Ureña na rede social X.
Clinton em uma banheira de hidromassagem ao lado de uma pessoa com o rosto borrado.
Reuters
Novas fotografias do caso Jeffrey Epstein
Reuters
Celebridades
Muitas fotografias também revelam encontros de Epstein com artistas, como Michael Jackson e Mick Jagger. Um dos registros mostra Jackson usando óculos escuros, posando ao lado de Epstein.
Em outra imagem, ele aparece em um jantar com Bill Clinton e Mick Jagger (veja na imagem abaixo).
Fotos mostram Epstein ao lado de Michael Jackson e jantar com Bill Clinton e Mick Jagger
Departamento de Justiça dos EUA
Segundo a BBC, várias fotos também incluem o ator Chris Tucker. Em outro registro, Michael Jackson aparece novamente ao lado de Bill Clinton e da cantora Diana Ross. Eles surgem posando juntos em um espaço pequeno, e vários outros rostos foram borrados, ainda de acordo com a emissora britânica.
Mais uma vez, não está claro onde ou quando as fotos foram tiradas, nem em que contexto.
Menção ao Brasil
O g1 também encontrou duas menções ao Brasil. Em uma delas, Epstein recebeu um recado em janeiro de 2005 pedindo que ligasse para o novo telefone de uma mulher, com o assunto “Brasil”. O campo que identifica quem fez o pedido está censurado.
Em outro arquivo da investigação, há uma anotação manuscrita indicando que uma mulher teria sido fotografada sem saber da existência da imagem. A pessoa, cujo nome foi censurado, teria ido ao Brasil aos 18 anos e retornado aos Estados Unidos dois anos depois.
Arquivos de Epstein tem menções ao Brasil
Departamento de Justiça dos EUA
Mais documentos devem ser divulgados
Mais cedo, o vice-procurador-geral Todd Blanche disse à Fox News que o governo divulgará centenas de milhares de documentos, mas não todo o conjunto de arquivos relacionados a Epstein .
“Prevejo que divulgaremos mais documentos nas próximas semanas, então hoje algumas centenas de milhares e, nas próximas semanas, espero que mais algumas centenas de milhares”, disse Blanche.
O Departamento de Justiça já havia informado que não divulgaria todos os arquivos na íntegra, já que parte do material pode conter investigações ordenadas por Trump sobre figuras democratas associadas a Epstein.
A identidade de todas as vítimas de tráfico sexual cujos nomes constem nos documentos também será protegida.
A lei permite que o Departamento de Justiça oculte informações pessoais das vítimas ou dados de investigações ainda em curso. Por outro lado, proíbe censuras com base em “constrangimento, dano à reputação ou sensibilidade política”.
Epstein foi acusado de abusar de mais de 250 meninas menores de idade. O caso voltou a ganhar destaque neste ano com o vai e vem do presidente Donald Trump sobre a liberação dos arquivos.
Ainda em novembro, o Congresso dos EUA publicou mensagens que sugerem que Trump tinha conhecimento da conduta de Epstein.
Em um e-mail de 2018, o bilionário escreveu que o atual presidente “passou horas” em sua casa com uma das vítimas.
Epstein e Trump foram amigos entre a década de 1990 e o início dos anos 2000.
O bilionário foi preso em julho de 2019 e, segundo as autoridades, tirou a própria vida um mês depois, dentro da cela.
Pressão política
O presidente dos EUA, Donald Trump, durante evento na Casa Branca em 6 de novembro de 2025
REUTERS/Jonathan Ernst
Durante a campanha de 2024, Trump prometeu várias vezes que, se voltasse à Casa Branca, tornaria públicos arquivos secretos sobre o caso. Em uma entrevista, ele chegou a dizer ser “muito estranho” que a lista de clientes de Epstein nunca tivesse sido divulgada.
Em fevereiro deste ano, o governo liberou uma série de arquivos sobre o caso. A procuradora-geral de Trump, Pam Bondi, chegou a afirmar que uma lista de clientes estava “em sua mesa para ser revisada”.
Depois, no entanto, o Departamento de Justiça disse não ter encontrado provas da existência dessa relação.
A declaração frustrou apoiadores de Trump, muitos dos quais espalham teorias da conspiração sobre o caso — algumas impulsionadas pelo próprio presidente.
Desde então, ele passou a minimizar o tema e chegou a chamar de “idiota” quem ainda se importava com o assunto.
A postura de Trump aumentou a pressão política da oposição e até de membros do próprio partido do presidente para que todos os documentos fossem divulgados.
Nos últimos meses, Trump passou a chamar o movimento de “farsa” criada pela oposição para desviar a atenção de temas como o orçamento federal.
A Casa Branca e lideranças republicanas tentaram evitar que o projeto atingisse o número mínimo de assinaturas necessário para ser pautado na Câmara, mas não conseguiram.
O texto alcançou o mínimo exigido em 12 de novembro, com apoio inclusive de deputados republicanos.
Três dias depois, Trump mudou de posição e passou a defender a aprovação da proposta, dizendo que os republicanos “não tinham nada a esconder”.
Jeffrey Epstein, preso por crimes sexuais, em fotografia tirada pela Divisão criminal de justiça de Nova York
New York State Division of Criminal Justice Services/Handout/File Photo via REUTERS
No dia 12 de novembro, o Congresso dos EUA divulgou mais de 20 mil páginas de arquivos sobre a investigação de Jeffrey Epstein. Boa parte dos documentos contém e-mails que o bilionário trocou com parentes e amigos.
Em uma das mensagens, de janeiro de 2019, Epstein escreveu que Trump “sabia sobre as garotas”. No mesmo texto, aparecem o nome de uma vítima — que foi censurado — e uma menção a Mar-a-Lago, o resort do presidente na Flórida.
Em outro e-mail, de 2011, Epstein escreveu a Ghislaine Maxwell, sua parceira e confidente, sobre Trump.
“Quero que você perceba que o cachorro que não latiu é Trump”, afirmou. Em seguida, acrescentou que uma das vítimas “passou horas na minha casa com ele… e ele nunca foi mencionado uma única vez”.
Outro arquivo mostra Epstein refletindo sobre como deveria responder a perguntas da imprensa sobre sua relação com Trump, que à época começava a ganhar destaque como figura política nacional.
Para deputados democratas, as mensagens levantaram novas dúvidas sobre a relação entre o presidente e o bilionário. Já o jornal The New York Times afirmou que Trump pode ter mais conhecimento da conduta de Epstein do que admitiu publicamente.
Trump, por sua vez, disse que a polêmica envolvendo os e-mails é uma “armadilha” criada pela oposição. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que os arquivos mostram que o presidente “não fez nada de errado”.
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