São Silvestre tem portuguesa como maior campeã e seca de vitórias brasileiras; veja curiosidades
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A Corrida Internacional de São Silvestre chega à 100ª edição em 2025, consolidada como a prova de rua mais tradicional do Brasil e da América Latina. Idealizada pelo jornalista Cásper Líbero em 1925, a corrida deixou o status de evento local e se tornou um fenômeno esportivo global, atraindo atletas de todo o mundo. Com mais de um século de história, atravessou diferentes momentos políticos, sociais e econômicos do Brasil, sem perder seu encanto. Só foi cancelada uma vez, em 2020, em decorrência da pandemia da Covid-19. De atletas da elite do esporte a corredores amadores, uma multidão invade as ruas de São Paulo, fechando o ano em clima de celebração.
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Origens e primeiros anos
A primeira edição da São Silvestre ocorreu na noite de 31 de dezembro de 1925, nas ruas centrais da cidade de São Paulo. Cásper Líbero criou a prova depois de retornar de uma viagem a Paris. Na capital francesa, o jornalista e empresário se encantou com uma corrida noturna em que os competidores carregavam tochas de fogo. Inspirado pela cena parisiense, Líbero decidiu promover algo semelhante no Brasil, marcando a largada para poucos minutos antes da virada do ano, em homenagem ao dia de São Silvestre (o santo é celebrado justamente em 31 de dezembro).
A São Silvestre passou por diversas transformações, especialmente a partir de 1945, quando a prova deixou de receber apenas brasileiros e estrangeiros que residiam no país, autorizando a participação também de corredores vindos do exterior. Iniciava-se, assim, a fase internacional da disputa, elevando o nível técnico e aumentando a repercussão. Nos primeiros anos pós-Segunda Guerra Mundial, os vencedores estrangeiros vieram, sobretudo, da América do Sul e da Europa, com destaque para países como Uruguai (campeão em 1947), Chile (ganhador em 1948) e Finlândia – cujo fundista Viljo Heino levou a melhor em 1949. A edição de 1953 também marcou um divisor de águas, com a presença do tchecoslovaco Emil Zátopek, que tinha faturado três medalhas nas Olimpíadas do ano anterior e consolidou de vez a fama internacional da São Silvestre.
Percurso da São Silvestre mudou ao longo dos anos
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Ao longo dos anos, o percurso da São Silvestre também foi alterado. Nas primeiras três edições, os participantes corriam por 6,2 km. Depois, o trajeto aumentou e diminuiu algumas vezes, sem se afastar da região central de São Paulo. Em 1991, houve uma padronização, que determinou 15 quilômetros de extensão. A 100ª edição, em 2025, terá largada e chegada em diferentes pontos da Avenida Paulista. Os corredores passarão por algumas áreas conhecidas da cidade, como o Estádio do Pacaembu e a esquina da Avenida Ipiranga com a Avenida São João – local eternizado na música “Sampa”, de Caetano Veloso.
Desde 1991, há uma padronização para que o percurso da São Silvestre tenha 15 km
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Evolução de inscritos
Se o trajeto da São Silvestre mudou com o passar do tempo, o mesmo pode ser dito do número de participantes. Apenas 146 corredores estiveram na primeira edição, em 31 de dezembro de 1925. A internacionalização, iniciada em 1945, aumentou o alcance global da corrida de fim de ano, mas também gerou um jejum para o Brasil. A partir de 1947, foram 33 anos sem vitórias de um “competidor da casa”. A seca acabou em 1980, pelos pés de José João da Silva, que superou outros 4.961 inscritos (um recorde na época) para cruzar a linha de chegada em primeiro lugar.
São Silvestre de 2025 tem recorde de inscritos
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A participação feminina só foi permitida em 1975, quando as corredoras representaram 6% do número total de inscritos. Aos poucos, esse percentual cresceu, até atingir o ápice na edição de 2025. Na quarta-feira (31), as mulheres serão 47% dos 55 mil atletas – profissionais ou amadores – que tomarão as ruas de São Paulo. De acordo com a organização da prova, será a maior São Silvestre de todos os tempos.
Participação feminina baterá recorde na São Silvestre de 2025
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O brilho dos campeões
Como a São Silvestre foi disputada somente por homens brasileiros por muito tempo, o Brasil é o maior ganhador da disputa masculina, com 29 conquistas. Nos últimos anos, porém, o país passou a viver um novo jejum, e a prova de São Paulo assistiu à construção de uma hegemonia africana. Das 17 edições mais recentes, 10 foram vencidas por quenianos e seis por etíopes. O último “atleta da casa” a cruzar a linha de chegada em primeiro lugar foi Marílson Gomes dos Santos, em 2010.
Entre as mulheres, o Quênia lidera em número de vitórias: 19. Portugal vem na sequência, com sete títulos – seis deles conquistados de maneira consecutiva por Rosa Mota na década de 1980. A corredora lusitana é a maior campeã da história da São Silvestre. O Brasil, por sua vez, já subiu ao lugar mais alto do pódio cinco vezes, mas isso não ocorre desde 2006, com Lucélia Peres.
Brasil é o maior campeão da prova masculina da São Silvestre
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Quênia lidera o ranking de vitórias na prova feminina da São Silvestre
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Seis corredores brasileiros venceram a São Silvestre mais de uma vez. Joaquim Gonçalves da Silva (1942, 1943 e 1944) e Marílson dos Santos (2003, 2005 e 2010) são tricampeões da prova de rua. José João da Silva (1980 e 1985), Mário de Oliveira (1936 e 1937), Nestor Gomes (1932 e 1933) e Sebastião Alves Monteiro (1945 e 1946) triunfaram em duas edições cada.
Paul Tergat, do Quênia, e Rosa Mota, de Portugal, são os maiores campeões da São Silvestre
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Joaquim Gonçalves da Silva e Marílson dos Santos são tricampeões da São Silvestre
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