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Sem autorização para disputar Mundial, Tifanny assiste à estreia do Osasco da arquibancada

Sem autorização para disputar Mundial, Tifanny assiste à estreia do Osasco da arquibancada

Tifanny Abreu participa do Globo Esporte e fiz que buscará título sul-americano
Tifanny Abreu não conseguiu regularizar sua situação com o Comitê de Elegibilidade de Gênero da FIVB a tempo da estreia do Osasco e acabou fora da disputa do Mundial de Clubes de Vôlei Feminino. A oposta, porém, fez questão de marcar presença no ginásio da Arena Mercado Livre Pacaembu para apoiar as colegas de elenco.
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Assim que o time do Osasco entrou em quadra para o aquecimento antes da partida contra o Alianza Lima, a torcida celebrou, mas vibrou ainda mais quando Tifanny apareceu por último. Os fãs gritaram o nome dela e formaram filas para registrar fotos com a atleta e demonstrar o apoio.
Tifanny na arquibancada no jogo do Osasco no Mundial
Beatriz Cesarini
O mesmo aconteceu quando o locutor do ginásio anunciou a escalação das equipes para a partida da noite de sexta-feira. Ao fechar a lista com o técnico Luizomar de Moura, a torcida emendou o nome de Tifanny repetidamente.

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– É muito importante ver a torcida gritando meu nome, eles sabem tudo o que eu faço pelo meu clube. É uma torcida apaixonada pelo voleibol, sabe que eu sempre faço o meu melhor dentro de quadra. Receber esse carinho é saber que eu estou fazendo o meu trabalho bem feito sempre – disse Tifanny.
A jogadora segue treinando para a equipe durante o torneio internacional, que também disputa e defende o título da Superliga feminina de vôlei.
– Viemos trabalhando forte, pesado e pensando muito nesse Mundial. Recebemos essa vaga agora como representante e é muito importante. As meninas estão focadas, a gente vai ver o melhor delas e vamos sair daqui com bons resultados. Eu sempre virei junto com elas, mesmo sem jogar, eu estarei com elas – completou a oposta.
Tifanny recebe o carinho da torcida durante jogo do Osasco no Mundial de Clubes
Deco Pires/Fotojump
Um dos grandes entusiastas pelo o retorno da competição internacional ao Brasil após três décadas, Luizomar comentou sobre a ausência de Tiffany em quadra.
– É uma situação dela com a Federação Internacional. A Tiffany, para mim, vai além do esporte. Tudo o que ela ensinou para gente, tudo o que ela passa no dia a dia… É uma menina maravilhosa que entendeu a situação e está super bem – disse o treinador.
A ausência da oposta Tifanny representa uma baixa significativa para a equipe de Luizomar. Embora a FIVB não proíba oficialmente a presença de atletas trans em seus torneios, a inscrição dependia da aprovação do Comitê de Elegibilidade de Gênero, que é a autoridade máxima dentro da entidade.
O clube tentou o máximo possível para conseguiu a autorização a tempo da disputa do Mundial, mas o processo ainda está em andamento e Tifanny se tornou desfalque.
Entenda como funciona o Comitê de Elegibilidade de Gênero da FIVB
A FIVB pode levar em consideração quaisquer fatores fisiológicos (por exemplo, natureza da mudança, altura, peso, IMC, massa muscular), médicos (por exemplo, natureza e duração da mudança, cirurgia de redesignação sexual, níveis de testosterona, medições de receptores musculares, novos avanços e descobertas científicas, etc.), esportivos (por exemplo, desempenho esportivo em ligas nacionais, posição, experiência participando em outro gênero) e quaisquer outras considerações apresentadas pelo(a) atleta ou solicitadas pelo Comitê de Elegibilidade de Gênero.
Em particular, o Comitê de Elegibilidade deve considerar o desenvolvimento fisiológico do(a) atleta com base na puberdade que ele/ela vivenciou.
A composição do Comitê de Elegibilidade de Gênero é formada por um especialista jurídico e um especialista médico nomeados pela FIVB, além de um(a) atleta indicado(a) pela Comissão de Atletas da FIVB. Deve haver pelo menos um membro do sexo masculino e um do sexo feminino no Comitê de Elegibilidade de Gênero.
Um recurso contra a rejeição de uma solicitação de mudança pelo Comitê de Elegibilidade de Gênero pode ser apresentado à FIVB dentro do prazo de quatorze (14) dias a partir da notificação da decisão. O procedimento do recurso deverá ser conduzido de acordo com a Seção III do Regulamento Disciplinar da FIVB. geRead More