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União Europeia deve votar acordo com Mercosul na próxima semana, afirma Dinamarca

União Europeia deve votar acordo com Mercosul na próxima semana, afirma Dinamarca

 Javier Milei, Luis Lacalle Pou, Ursula von der Leyen, Luiz Inacio Lula da Silva e Santiago Pena durante cúpula do Mercosul, no qual o acordo com a União Europeia foi fechado
Mariana Greif/Reuters
Os países da União Europeia devem votar no início da próxima semana para determinar se o bloco deve assinar um acordo comercial com o Mercosul até o final do ano, informou a Dinamarca, que detém a presidência rotativa da UE, nesta sexta-feira (12).
A UE e o bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai chegaram, em dezembro do ano passado, a um entendimento para firmar aquele que seria o maior acordo comercial já celebrado pela União Europeia, cerca de 25 anos após o início das negociações.
No entanto, França e outros países do bloco manifestaram reservas, temendo que o aumento das importações prejudique seus agricultores.
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A Comissão Europeia, responsável pelas negociações, busca agora o aval dos Estados-membros para que a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, possa viajar ao Brasil para assinar o acordo.
“No planejamento da presidência dinamarquesa, a intenção é realizar a votação do acordo com o Mercosul na próxima semana, para permitir que a presidente da Comissão assine o documento no Brasil em 20 de dezembro. Isso não mudou”, afirmou uma autoridade da presidência dinamarquesa nesta sexta-feira.
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O resultado é incerto. A aprovação requer uma maioria qualificada de 15 membros da UE, representando 65% da população da UE. Alemanha, Espanha e os países nórdicos são claramente apoiadores.
No entanto, a Polônia disse que se oporá ao acordo, enquanto as posições da França e da Itália não são claras. Se esses três países, além de mais um, votarem contra ou se abstiverem, o acordo será rejeitado.
O Executivo da UE apresentou o acordo para aprovação em setembro e procurou amenizar a oposição acrescentando um mecanismo que permitiria a suspensão do acesso preferencial do Mercosul a alguns produtos agrícolas, como carne bovina, aves e açúcar.
Os defensores do acordo, que seria o maior em termos de reduções tarifárias já alcançado pela UE, afirmam que ele é uma parte essencial da estratégia de diversificação da UE, que busca novos mercados e maior acesso a minerais essenciais em meio a perturbações geopolíticas na forma de tarifas dos EUA e restrições chinesas às exportações de chips e terras raras.
Alguns diplomatas da UE disseram que a França tentou adiar uma votação até janeiro e acreditam que agora é o momento de fazer ou desfazer o acordo.
“Se não assinarmos com o Mercosul nos próximos dias, ele (acordo) estará morto”, disse um diplomata da UE. “Se não conseguirmos chegar a um acordo sobre o Mercosul, não precisaremos mais falar sobre a soberania europeia. Nós nos tornaremos geopoliticamente irrelevantes.”
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