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Comissário de bordo brasileiro que se passou por americano por 20 anos se declara culpado e deve ser extraditado dos EUA

Ricardo César Guedes, de São Paulo, usava documentos de um americano morto na década de 1970 para poder trabalhar nos EUA. Ele disse que não queria prejudicar ninguém, apenas perseguir seu sonho de trabalhar como comissário de bordo. Reflexo de passageiros caminhando pelo Aeroporto Reagan, em Washington, nos Estados Unidos
Reuters/Kevin Lamarque
O brasileiro Ricardo César Guedes, de 49 anos, se declarou culpado nesta quinta-feira (21) de ter obtido documentos no nome de um americano que morreu em 1979.
Guedes foi processado pela Justiça dos Estados Unidos no estado do Texas.
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Como o brasileiro já ficou preso por quase sete meses, agora ele será libertado e monitorado por um ano. Depois desse período, provavelmente ele será deportado.
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Imagem sem data de Ricardo Cesar Guedes
Reprodução/GoFundMe
Segundo o jornal “Houston Chronicle”, Guedes, nascido em São Paulo, conseguiu documentos, emprego, empréstimo, uma casa, um carro BMW e um certificado de casamento no nome de William Ericson Ladd.
A farsa durou mais de 20 anos.
Como Guedes trabalhava como comissário de bordo, a Justiça considerou que ele poderia fugir, e não permitiu que ele aguardasse o julgamento em liberdade.
De acordo com o jornal, o brasileiro disse à Justiça que sente muito pelo crime que cometeu, e que ele sabia que o que ele fazia não era certo. Guedes afirmou também que não quis prejudicar ninguém, mas, sim, tentar um espaço no mercado de trabalho.
O juiz afirmou que acredita em Guedes, que teria mostrado um verdadeiro arrependimento. “Um bom homem que basicamente cometeu um erro muito trágico para perseguir seu sonho”, descreveu o magistrado George Hanks Jr..
A defensora pública que representou o brasileiro, Victoria Gilcrease-Garcia, contou a história de Guedes.
Segundo ela, ele é filho único de uma família pobre. Seus pais tinham padarias que faliram. Ele sofreu de depressão e de transtorno bipolar por se sentir alienado como um jovem gay nos anos 1980.
A defensora afirmou que ele se empenhou em aprender línguas (segundo ela, ele fala inglês, espanhol, alemão, holandês e árabe).
Visto americano e carimbos de entrada nos EUA em um passaporte brasileiro
Carlos Severo/Fotos Públicas
Ainda assim, foi rejeitado pelas companhias aéreas brasileiras, disse ele. Guedes disse que não conseguiu emprego como comissário de bordo no Brasil por ser muito velho e por não ter uma beleza clássica.
Ele contou que nos EUA o setor aéreo aceita mais homens gays. Guedes entrou no país com um visto de turista. Ele ficou mais tempo do que a autorização permitia e começou a trabalhar em uma pizzaria. Nesse local, um supervisor ofereceu ajuda com os documentos. Foi então que ele começou a usar os documentos de William Ericson Ladd.
As autoridades começaram a suspeitar de Guedes quando ele foi renovar o passaporte (os documentos eram estranhos; por exemplo, ele teria obtido o registro público mais comum nos EUA, o de seguridade social, apenas aos 22 anos).
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