RÁDIO BPA

TV BPA

Entenda como a nomeação de um ‘mestre especial’ pode atrapalhar a investigação criminal sobre os documentos que Trump levou da Casa Branca

Juíza nomeada pelo ex-presidente americano acata seu pedido para que um perito independente revise os 11 mil documentos que o FBI recolheu em sua propriedade Imagem contida em um relatório apresentado em 30 de agosto de 2022 pelo Departamento de Justiça, e editado em parte pelo FBI, mostra documentos apreendidos durante a busca em 8 de agosto na propriedade do ex-presidente Donald Trump em Mar-a-Lago , na Flórida.
AP/Jon Elswick
Após um mês turbulento, que culminou com a apreensão de documentos ultrassecretos em sua casa em Mar-a-Lago, o ex-presidente Donald Trump conseguiu finalmente uma vitória judicial, proferida por uma juíza federal nomeada por ele em 2020. Aileen Cannon acatou seu pedido e autorizou que um perito independente, denominado “mestre especial”, revise os cerca de 11 mil documentos que o FBI recolheu em sua propriedade.
A decisão resultou de um pedido inusitado: o ex-presidente invoca o privilégio executivo contra o atual poder executivo do país. A juíza justifica que a nomeação de um agente independente oferecerá “no mínimo a aparência de justiça” ao caso e que Trump pode ter sido prejudicado por “danos à reputação” de uma operação que não foi conduzida de maneira adequada.
Ex-presidente dos EUA, Donald Trump
Carlos Barria/REUTERS
“Além de ser privado de documentos pessoais potencialmente significativos, o que por si só cria um dano real, o autor enfrenta um dano potencial não quantificável por meio da divulgação inadequada de informações confidenciais ao público”, sustentou a juíza Cannon.
Mas o Departamento de Justiça discorda desse argumento e alega que seus funcionários já haviam realizado o trabalho que agora será feito por um mestre especial – geralmente um advogado ou um juiz aposentado.
E a conclusão foi a de que o ex-presidente não tem direito a nenhum dos documentos, conforme reivindica na ação judicial: os registros protegidos por privilégio executivo pertencem ao governo e, portanto, devem ser mantidos pelos Arquivos Nacionais.
Na prática, com sua decisão, a magistrada impede que o Departamento de Justiça prossiga a sua investigação criminal sobre o manuseio ilegal de documentos até que o mestre especial termine o seu trabalho ou até uma nova ordem judicial. Consequentemente, vai atrasar as conclusões sobre as possíveis violações da Lei de Espionagem e obstrução da Justiça por parte do ex-presidente.
Ou seja, na pior das hipóteses, Trump ganhou tempo e obteve crédito na sua tentativa de minar o trabalho de uma instituição do governo americano.g1 > MundoRead More

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *